Por causa da pandemia o mundo das crianças e adolescentes passou a ser o quarto, onde eles se sentem seguros e confortáveis. Se relacionar com outras crianças passou a ser algo não muito atraente. Porém, essa vontade de ficar no quarto seguro, deve ser um alerta para os pais, já que essa falta de vontade ou medo da vida fora de casa pode ser chamado de Síndrome da Gaiola.
Síndrome da Gaiola, pois o passarinho fica preso e se sente seguro ali, e ao abrirmos a porta da gaiola ele tem medo de voar. Isso é o que está acontecendo com a maioria dos nossos jovens, eles já podem aos poucos voltar a rotina, porém tem medo e para isso é necessário que os pais juntos com seus filhos mostrem que a vida é para ser vivida e que tempos difíceis vamos viver por toda etapa dela.
A troca de conhecimentos entre os jovens, faz parte da formação do caráter, do respeito e da empatia. Não existe melhor lugar para essa troca do que a escola. A escola favorece o aprendizado e amplia as experiências entre eles, contribuindo para construção da identidade e compreensão melhor do mundo que o cerca.
O desconforto e o medo de voltar as aulas presenciais são situações normais diante de uma pandemia, mas a vida aos poucos precisa voltar a sua rotina normal. As crianças não podem ficar condicionadas a viverem em um lugar fechado, eles precisam explorar e crescer com liberdade. A cultura de ficar presos em um quarto pode desenvolver depressões, medos, angustias e até mesmo crise de pânico em nossos jovens.
A escola é fundamental para a criação de valores, de noções de sociedade, regras, politização, independência e habilidade de lidar com conflitos que, com certeza, não acontecem dentro de um quarto. Precisamos estar cientes de que uma vida em um quarto não traz desafios e o retorno as suas rotinas trará expectativas futuras. A escola ajudará os jovens nessa transição, levar as aulas presenciais aos jovens que estão desconectados do grupo.
Adolescência é o momento do encontro, de identificações, de troca, de criar vínculos, de formar grupos e tudo isso sofre uma regressão quando se está em casa só com a família.
Coordenadora Pedagógica
Elisangela Cristina Siqueira